As doenças ginecológicas são, em sua maioria, hormônio-dependentes. São causadas por uma deficiência de ou por uma resposta exacerbada aos hormônios. Miomas uterinos, endometriose e adenomiose são exemplos de doenças estimuladas pelo estrogênio, o hormônio da mulher. Por outro lado, a síndrome dos ovários policísticos pode ser explicada por um desbalanço hormonal, enquanto os sintomas da menopausa são explicados por deficiência de hormônios.
Assim, a modulação hormonal é importante ferramenta de tratamento de doenças ginecológicas, desde a adolescência até a melhor idade. Após avaliação clínica e estabelecimento de um perfil hormonal, pode-se decidir a melhor opção de tratamento, de acordo com a necessidade individual de cada mulher.
Uma das vias pelas quais os hormônios podem ser administrados é pela via subdérmica, na forma de implantes hormonais. Os primeiros estudos científicos com implantes hormonais foram realizados há cerca de 50 anos 1, sendo aprimorados ao longo do tempo. Na prática clínica atual, podem ser usados na (a) reposição hormonal da menopausa, (b) como anticoncepcionais, e (c) como controle de sintomas de doenças estrogênio-dependentes (endometriose e miomas, por exemplo).
O implante é realizado em consultório médico com anestesia local. Eles têm durabilidade de 6 (seis) a 12 (doze) meses, quando então são removidos ou substituídos por novos implantes. Suas indicações e perfil de possíveis efeitos colaterais devem ser discutidos em detalhes antes da decisão pelo implante. De maneira geral, os implantes representam uma opção prática e eficaz de modulação hormonal para as doenças ginecológicas.
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TATUM, HJ ; COUTINHO, Elsimar Metzker ; ADEODATO FILHO, J ; SANT'ANNA, ARS . Acceptability of long-term contraceptive steroid administration in humans by subcutaneous silastic capsules. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 105, n. 7, p. 1139-1143, 1969.