O(a) ginecologista costuma ser o primeiro profissional a ser consultado em caso de dor pélvica na mulher. Muitas vezes será o único, e caberá a ele(a) um diagnóstico, ainda que não definitivo, mas bastante presuntivo sobre a origem da dor. Por exemplo, pesquisas demonstram que, no caso da endometriose, a mulher pode chegar a passar por sete (!) especialistas diferentes antes de receberem o diagnóstico definitivo.
As características da dor deverão direcionar o raciocínio clínico. Informações como duração, localização, fatores de melhora e de piora, resposta (ou não) a analgésicos, eventos físicos e psicológicos desencadeantes, eventual associação ao ciclo menstrual, por exemplo, são a parte mais fundamental para o diagnóstico da dor. O exame físico geral (não apenas o ginecológico) servirá para acrescentar informações. O último passo será a realização de exames complementares (exames de sangue, imagem), desde que fundamentados em hipótese diagnóstica plausível para a origem da dor.
Seguindo estes três passos, o(a) ginecologista conseguirá chegar a um diagnóstico, definitivo ou presuntivo, sobre a origem da dor pélvica. Poderá então tratá-la, ou encaminhar a especialista relacionado. O raciocínio clínico é o mais importante, e poderá evitar “peregrinações” por médicos de diferentes especialidades.