Infelizmente ainda há muita desinformação sobre a endometriose. Uma delas é sobre o endometrioma, mais conhecido como cisto de chocolate por conta do seu conteúdo de sangue (parecido com chocolate).
Diariamente recebo e-mails de portadoras falando que operou da endometriose, mas que só tinha o endometrioma e mais nada. Você sabia que endometrioma é sinônimo de endometriose profunda?
Pois é, eu também não sabia disso até ler o brilhante texto do doutor Alysson Zanatta“O verdadeiro significado do endometrioma de ovário”. E eu acho que muitos médicos também não sabem, pois a maioria retira o cisto e deixa a endometriose profunda na mulher.
Resultado? Em poucos meses a mulher volta a sentir dor novamente, retorna ao cirurgião e ele fala: “A doença voltou, ela sempre volta, não tem cura”.
Há alguns anos falamos sobre a diferença da cirurgia de excisão, a que erradica a doença, e da cauterização, a que não retira toda a doença do corpo da mulher.
Quando a mulher faz a cauterização, a doença continua, portanto, não há a reincidência, mas sim a persistência da doença.
Por isso educar os médicos passou ser uma grande missão do A Endometriose e Eu. Precisamos de médicos-especialistas, em especial, cirurgiões aptos a resolverem a doença. Outro dia recebi um email de uma endomulher que já fez 16 cirurgias, estava indo para a 17ª.
Eu fiquei chocada, pois quanto mais cirurgias mais aderências pélvicas e, consequentemente, pior a endomulher pode ficar. A outra questão é sobre trompas obstruídas e não tem como desobstruí-las precisa retirá-las?
Compartilhe os textos do A Endometriose e Eu e ajude-nos a espalhar a correta conscientização da endometriose. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
– Gostaria de saber se é possível ter endometrioma no ovário e endometriose grau leve? Meu mapeamento deu aderências e endometriose grau leve, porém tenho endometrioma no ovário direito. Qual o melhor tratamento nesse caso? A endometriose de grau leve tem mais chance de voltar após a videolaparoscopia? Maria Izabel
Doutor Alysson Zanatta: Olá Maria Izabel. Quando há endometrioma, sempre há endometriose profunda associada. Na maior parte dos casos, endometriose severa e extensa mas, ocasionalmente, lesões menores e localizadas, que poderiam sim ser consideradas “leves”.
O tratamento é decidido pela presença (ou não) de dor, infertilidade, e desejo futuro de gestação. O endometrioma pode causar redução da reserva ovariana, assim como a cirurgia em si, e esses dados devem ser levados em conta na tomada de decisão
A endometriose, seja leve ou grave, pode ser tratada efetivamente pela remoção cirúrgica, quando houver indicação. Estima-se que a grande maioria dos casos que são interpretados como recorrência (ou volta da doença) representam na verdade persistência, ou seja, não foram efetivamente removidas durante a cirurgia.
– Quando a trompa está obstruída e não tem desobstruí-la na cirurgia ela deve ser retirada ou mantida? Daniela Santiago – São Paulo
Doutor Alysson Zanatta: É uma decisão que cabe ao médico durante a cirurgia, a partir de sua avaliação se a trompa poderia ou não ainda ter alguma função. Em casos extremos, de grandes distorções ou dilatações, costuma-se realizar a retirada daquela trompa